O acesso à informação, via Web, é motivo de discurso permanente, principalmente de especialistas nas áreas de comunicação, educação, tecnologias da informação, sociologia, além de agentes públicos. Com o advento das novas tecnologias, um novo impulso foi dado: a internet tem o novo espaço de interação ponto a ponto, ou pessoal. Entretanto, por questões estruturais, fundamentadas em interesses meramente economicistas, a exclusão tecnológica ronda esse que é o mais novo e potencial instrumento “revolucionário” de participação cidadã. A necessidade de pensar políticas públicas eficazes de acesso à informação, por meio da rede mundial de computadores, está diretamente ligada ao desempenho do Brasil no cenário mundial. O contexto de globalização não se restringe aos mercados financeiros e deve ser visto também pela óptica das permutas sócio-culturais.
Acesso livre, gratuito e universal é condição fundamental para que os cidadãos, diariamente, possam se munir de saberes e informações necessárias ao desenvolvimento, enquanto sujeitos de direitos e deveres.
Cabe lembrar que a internet surgiu dentro de uma instituição pública - exército americano - com investimento público e se difundiu a partir das relações de compartilhamento. Nessa perspectiva o poder público tem o direito de oferecer um serviço básico de acesso a todos os cidadãos, uma política efetiva de desenvolvimento social.
A fluidez dos dias atuais não nos permite “deixar o bonde passar”. O pioneirismo das ações é fundamental para que as gerações posteriores colham os frutos.
Mas por que é tão importante universalizar o acesso?
O abismo que pode ser criado entre países que oferecem ou não esse acesso define o aumento do grau de dependência econômica para os próximos séculos. Historicamente, pessoas com acesso à informação têm melhor articulação nos diversos níveis sociais.
Hoje, dispomos desse instrumento que tem potencial de minimizar essa distorção, portanto, optar por manter mecanismo de exclusão é inviabilizar o processo de construção do protagonismo de milhares de cidadãos. A internet pode ser o instrumento de revolução que tanto procurávamos.
Todos ganham com a universalização. Afinal, mais pessoas estarão conectadas à rede, contribuindo para o aumento de demanda por serviços diferenciados, estimulando a economia e a inserção sócio-cultural. As empresas que têm suas atividades ancoradas ou restritas à internet no mundo terão suas atividades fomentadas.
Pelo país há inúmeras iniciativas que chamam a atenção, pelo pioneirismo de partir do interior, acenando para a nova dinâmica a ser adotada pelos centros urbanos. É o caso da pequena Sud Mennucci, cidade do interior de São Paulo, que ganhou notoriedade, a partir do artigo “Um Exemplo de Transparência”, publicado na revista “Época” (edição de abril 2007). No artigo podemos notar que, com a instalação de duas antenas, a cidade proporcionou a todos os seus habitantes o acesso à internet e possibilitou uma ampla participação dos cidadãos na gestão local. Aqui, abordamos, principalmente, a importância da universalização, já que os benefícios que podem ser alcançados são imensuráveis. Uma certeza é a de que a disponibilização desse sistema universal e gratuito irá revolucionar a gestão das cidades.
Internet pública, gratuita e universal pode ser encarada como um direito fundamental do cidadão. Sua implantação deve ser urgente.
Fabrício Gandini (PPS)
Data de Publicação: terça-feira, 10 de março de 2009
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